O século XVIII foi
marcado pelas revoluções, onde teve como pontos marcantes, a
Revolução Americana em 1776 e a Revolução Francesa em 1789. No
século XIX ganharam força as ideias socialistas com o objetivo de
criar uma sociedade menos desigual. Infelizmente havia correntes
contrárias a esse movimento, mas os ideais democráticos não
perderam força.
Montesquieu
(1689-1755) escreveu “O Espírito das Leis”, condenando a
escravidão, principalmente o conceito de raça inferior em função
da pele. Na Europa a escravidão já era algo comum; na América,
começou e ganhou força, e no Brasil teve como ponto de partida o
ciclo econômico da cana-de-açúcar. Só a partir de 1815 o governo
inglês com a necessidade de melhoria da sua mão de obra, a partir
da Revolução Industrial, deu início ao fim do tráfico e do
trabalho escravo, perseguindo e punindo a quem os praticava. Em 1865
os EUA aboliram a escravidão. Somente a partir de 1831, por pressão
externa, o Brasil deu início e concluiu ― teoricamente ―, em 13
de maio de 1888, promulgando a Lei Áurea.
Apesar do fim legal da
escravidão, teve início o preconceito desumano e covarde contra os
negros no Brasil. Não obstante os esforços por parte da sociedade e
de conscientes políticos, esse mal ainda está enraizado em alguns
brasileiros. Em pleno século XXI ainda surgem notícias de trabalho
escravo no Brasil. É grande a diferença social dos negros e dos
seus descendentes. Por mais que haja esforços de melhoria,
argumentos da burguesia e de maus políticos ainda tentam barrar os
poucos projetos de desigualdade que surgem.
É preciso liberdade
de verdade para os negros e suas gerações: educação, saúde,
emprego, moradia, participação política, entre outras. O Brasil
tem uma penhora com cada cidadão de descendência africana, devolveu
muito pouco. A política de inclusão na educação é uma grande
ideia, mas precisa ser muito mais. O negro precisa estar incluso na
sociedade com igualdade de direitos.
Portanto, não bastam
teorias inconsistentes, há a necessidade de ação imediata e menos
discursos antagônicos para acabar o descaso contra um povo que
trouxe a cultura, a culinária, a arte, o tom da pele... e que faz
neste país, o mais lindo, forte, alegre e versátil dos povos
miscigenados do planeta.
Renato Luiz de Oliveira Ferreira