terça-feira, 15 de maio de 2012

Liberdade, direito de todos

O século XVIII foi marcado pelas revoluções, onde teve como pontos marcantes, a Revolução Americana em 1776 e a Revolução Francesa em 1789. No século XIX ganharam força as ideias socialistas com o objetivo de criar uma sociedade menos desigual. Infelizmente havia correntes contrárias a esse movimento, mas os ideais democráticos não perderam força.
Montesquieu (1689-1755) escreveu “O Espírito das Leis”, condenando a escravidão, principalmente o conceito de raça inferior em função da pele. Na Europa a escravidão já era algo comum; na América, começou e ganhou força, e no Brasil teve como ponto de partida o ciclo econômico da cana-de-açúcar. Só a partir de 1815 o governo inglês com a necessidade de melhoria da sua mão de obra, a partir da Revolução Industrial, deu início ao fim do tráfico e do trabalho escravo, perseguindo e punindo a quem os praticava. Em 1865 os EUA aboliram a escravidão. Somente a partir de 1831, por pressão externa, o Brasil deu início e concluiu ― teoricamente ―, em 13 de maio de 1888, promulgando a Lei Áurea.
Apesar do fim legal da escravidão, teve início o preconceito desumano e covarde contra os negros no Brasil. Não obstante os esforços por parte da sociedade e de conscientes políticos, esse mal ainda está enraizado em alguns brasileiros. Em pleno século XXI ainda surgem notícias de trabalho escravo no Brasil. É grande a diferença social dos negros e dos seus descendentes. Por mais que haja esforços de melhoria, argumentos da burguesia e de maus políticos ainda tentam barrar os poucos projetos de desigualdade que surgem.
É preciso liberdade de verdade para os negros e suas gerações: educação, saúde, emprego, moradia, participação política, entre outras. O Brasil tem uma penhora com cada cidadão de descendência africana, devolveu muito pouco. A política de inclusão na educação é uma grande ideia, mas precisa ser muito mais. O negro precisa estar incluso na sociedade com igualdade de direitos.
Portanto, não bastam teorias inconsistentes, há a necessidade de ação imediata e menos discursos antagônicos para acabar o descaso contra um povo que trouxe a cultura, a culinária, a arte, o tom da pele... e que faz neste país, o mais lindo, forte, alegre e versátil dos povos miscigenados do planeta.

Renato Luiz de Oliveira Ferreira