Na Estética o
estudo sobre o belo e os seus reflexos na criação artística de forma racional
busca estabelecer um conceito filosófico de gosto e belo através do pensamento
kantiano e hegeliano.
Immanuel Kant
vai além da razão para explicar que gosto se discute sem existir disputa, mas
com opiniões equilibradas e bom senso, pois o belo é pessoal, não é apenas algo
muito bonito com traços e proporções que satisfaçam os padrões de harmonia e
beleza. Já o gosto é a capacidade de julgar esteticamente uma obra e sua
agradabilidade que é resultado da contemplação do objeto gerando uma harmonia
entre a representação da imagem e o prazer. Assim, na sua obra “Crítica da
Faculdade de Julgar”, publicada em 1790, Kant explica que tem de haver uma
lapidação das opiniões para um denominador comum ou prevalecimento de uma ideia
de gosto para a discussão do belo, porém sempre de forma sensível para perceber
o prazer que o objeto desperta para formar um juízo estético espiritual e
universal da arte criada pelo gênio, isto é, o artista e o seu talento.
Hegel diz que
a estética é a ciência dos sentidos, pois, a obra de arte deve ser interpretada
pela emoção (sentido) que proporciona ao observador do que pelas
características apresentadas. Assim, na prática, o belo é indefinível, mas se
fundamenta no próprio juízo. Hegel valoriza o pensamento de Kant a cerca do
tema, onde há uma tendência de fusão através da arte entre espírito e natureza,
porém, não aceita a teoria kantiana de que a arte, tacitamente reconduz à
separação entre espírito e natureza porque se prende à contradição entre o
objeto e o observador. Assim, Hegel rompe com Kant porque não acredita numa
ciência do belo, mas defende o belo como a essência estética e obra do espírito
humano.
Portanto, o
conceito de belo e o seu valor na estética conforme cita Mikel Dufrenne no
livro Estética e Filosofia, e, que utiliza as teorias kantiana e hegeliana para
demonstrar que o belo não é subjetivo, mas conforme Kant é o prazer e o
sensível do observador quem determina o que seja o belo e, conforme Hegel, que
o belo é o objeto idealizado pelo sujeito. Assim, Dufrenne define o belo como o
objeto experimentado pelo observador. Daí os porquês de gosto e beleza serem
passíveis de um debate.
REFERÊNCIAS
DUFRENNE,
Mikel. Estética e filosofia. Tradução de Roberto Figurelli. São Paulo:
Perspectiva, 1981.
Gosto se
discute? Disponível em:
http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/38/artigo273804-1.asp.
Acesso em: 25 de outubro de 2016.
SANTOS. André
Luís Pereira dos. Estética. O belo o gênio e o gosto no pensamento estético.
Apostila de Educação a Distância. Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual.