quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Como guardar alguém
O mérito é para todos
Ângulos de Visão
A Música
domingo, 23 de dezembro de 2012
O Amor
A Dosagem Correta
A Fórmula da Felicidade
Parágrafo Único
Físico-Poética
ALEGORIA REBUSCADA
1988
NOTA: este trabalho foi escrito antes da Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa que entrou em vigor em 1º de Janeiro de 2009, portanto, foram utilizadas as Normas Gramaticais da época.
1 O correto seria escrever Joãozinho em vez de “Joãosinho”. Na língua portuguesa o sufixo diminutivo de João é “zinho”, porém, o carnavalesco escreve com “s” por opção. No caso do texto, foi respeitada a maneira excêntrica da escrita do nome do alegorista citado.
Antojar a aldebarã ao alegorista,Belvedere bem brilhante surgirá,Com calicromo, sem caligem e teísta.Dealbação à diva, um desvario fã será.Em cada rosto embriagado de beleza,Fabulosas faíscas irradiarão energia.Gazéis surgirão dos filóginos, uma proeza.Homéridas inspirados, honrados e sem elegia,Invadirão a passarela com iconolatria salutar.Jactos de esperança e alegria, lado a lado;Lágrimas combinando à fantasia e ao altar.Magno e airoso “Joãosinho” Trinta, iluminado,Nos braços da déia, nos brindará com o néctar:O carnaval, as crianças, a vida e o Aurélio! É lei.Porém, não esquecerá a grande diva real provecta.Quando a pânria luz do alvorecer chegar, eu sei,Reinarão os heliólatras com o seu ídolo cardeal.Sobre a casta, um banho luzente do astro rei, meu Senhor!Toscar o verdear é um toste à vida; é ser simples e leal,Uma utopia com frase palíndroma: Roma é amor!Vicejará, pois, na noite e no dia, vida nova: uma alforria!Xurdir, sonhar, é a nossa obrigação, Mecenas. Duvidas do autor?Zelar, perdoar, é com o Criador, da mais linda alegoria: a vida. Ria!
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS DO TEXTO
29. Déia: deusa.
REFERÊNCIA:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 11ºEdição, Gamma, 1985.
Trabalho e Liberdade
O suor do meu rosto são sementes de esperança
Das meninas de tranças, das morenas que dançam
Das fábricas que não lançam o perigo no ar
O sonho de não ver o velho e a criança
Tendo que trabalhar
Viva a mulher que batalha!
O sorriso, a luz, o brilho dos seus olhos
Que um pouco traduz o mistério do mar.
Viva o homem que batalha! Que grita o gol. Gol!
Que chora de amor, e que canta o país.
O povo precisa de trabalho, também precisa cantar
O meu futuro é o presente e o meu verbo é lutar
Morar, rezar, sonhar, dançar, voar!
O Homem não pode parar porque o tempo vai passar
Renato Luiz & Dedé Soares
Letra da música "Trabalho e Liberdade".
Por Você
Já fiz canções de amor
Tendo você, amei todas as mulheres
Deitei-me nas estrelas e beijei a lua
Nas minhas canções você era a favorita
Fiz guerrilhas, domei leões
Por você matei dragões
Você fez parte dos sonhos,
Ou será que eram alucinações
Venerava-lhe a uma rainha!
Por você eu construiria:
"Palácios" como o Taj Mahal
Atravessava a pé,
As montanhas que separam
A China do Nepal
Só desilusão restou
Onde está aquele amor
Que você me jurou,
Acabou? Será que acabou?!
Letra da música "Por Você"
Ponto de Equilíbrio
O ciclo do equilíbrio
As ondas do mar
Ponto yang yin
Trago a minha música
Para harmonizar
Já tomei de assalto
O seu coração
Mesmo que você
Relute e diga não
Nunca andei de carro importado
Nem de moto ou avião
Quando tenho dinheiro como bem
Se não tenho, como ilusão
Já li Nietzsche, Leibniz e Cervantes
Mas que bobagem
Se eu não posso ser
Seu cavaleiro errante
Como eu acredito
No ciclo do universo
Você um dia há de perceber
Que eu sempre estive aí tão perto
Letra da música "Ponto de Equilíbrio"
Estado de Espírito
Alucinado ama intensamente
Intensamente não é amado
As pessoas que escolho
Os momentos acontecem
Fazer poesia não é dom
É um estado de espírito
Para se conceber uma poesia
Há de se ter dois elementos:
Uma mulher e um momento
Nossos momentos foram só poesias
Letra da música "Estado de Espírito"
Elegia Sertaneja
Cachaça no peito quema,
amô martela e dói suave.
Só quem já sentiu tal efeito,
cê sabe, o que eu sinto é grave.
Ela é bela e chera a fulô,
eu sou poeta e cantadô.
Do meu coração ela é a chave.
Tem mais de meis que fugiu,
com Zé, fio de Nhô Bento,
um home dono de gado.
Dexô só seu chero ao vento.
Correu, a mulé vã, ispura.
Trair é crime, injura!
Que farta de sentimento.
Mais há de senti sodade,
bem antes de minha morte!
Eu não vô fazê vingança,
eu sô caboco bem forte.
Eu vô insperá vortá,
no dia, eu vô ri e chorá...
Fazê cantoria no norte.
Ah! Vorta doce acalanto...
Vem cá, não isqueço d’ocê.
Meu chero, paz e alegria.
Amô, simbora por quê?
Eu quero rasgá sua seda,
fazê loa e amô na vereda,
ao sol pô, fulô de ipê.
"Acorda João!" "Levanta..."
Meu pai grita! Mãe, só improra...
Meu peito vazio adurmece,
mais fico contano a hora.
Cumeço a chorá, bebê...
Quiçá seja o meu prazê
dispois que bem foi simbora.
Amigo, eu tenho insperança!
É noite, eu vô só sonhá,
fulô do meu bem querê...
Agora a viola a tocá,
canção: luá do sertão...
O mote: elegia, afrição.
Ah, dô de amô de matá!
Eu Vi
Ontem eu saí, tive medo de ficar na solidão
Confundi o ódio em sentimento de paixão
Eu vi a prostituta rindo, amando de coração
Amando seu homem sem pensar em solidão
Eu vi um homem sem cama fazendo poesia
Vagabundo cantando, e a sua amada dormia
Eu vi estrelas na noite que até então não via
Tudo isso acontecia enquanto você dormia
Eu vi o tempo parar, só para ouvir a poesia
E uma canção de amor que um bêbado fazia
Extasiei-me sem saber se era noite ou dia
Libertei-me para sempre das suas ironias
O tempo que eu estive ao seu lado dormia
Quando eu acordei vi estrelas fazendo folia
Feridas da vida doem, cicatrizam na canção
Marcas que ficam quem apaga é o coração
Sem saber por que, eu ri, senti você chegar
Eu vi, ouvi, chorei, falei de você pra o mar.
Laus Deo/Louvor a Deus
Ab incunabulis... Ora pro nobis,
Nota bene, homo faber:
Homo sapiens docendo discitur, quantum sufficit
Vinum et musica laetificant cor, Deo juvante
Jure et facto, omnia vincit Deo et amor
Gloria Patri
Desde o princípio... Rogai por nós
Note bem, homem artesão:
O homem sábio aprende ensinando, o necessário
O vinho e a música alegram o coração, com a ajuda de Deus
De direito e de fato, o amor de Deus vence todas as coisas
Glória ao Pai
Nota: escrito em Latim. Língua indo-europeia, falada pelos habitantes do Lácio e, depois, em todo o Império Romano, do séc. VII a.C. ao V da era cristã.
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida. 2. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Edição Revista e Atualizada no Brasil.
Dicionário de Latim. Disponível em: <http://www.dicionariodelatim.com.br/>, acesso em: 25/06/2012.
Dicionário online Caldas Aulete. Disponível em:<http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital>, acesso em: 25/06/2012.
sábado, 22 de dezembro de 2012
A INTERTEXTUALIDADE DE MACHADO DE ASSIS
1Estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas, e que visa a determinar os fundamentos lógicos, o valor e o alcance objetivo delas; teoria da ciência, do conhecimento.
2A arte dos sinais. Denominação utilizada, principalmente pelos autores norte-americanos, para a ciência geral do signo; semiologia, ciência geral dos signos, segundo Ferdinand Saussure, que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas de signos. Em oposição à linguística, que se restringe ao estudo dos signos linguísticos, ou seja, da linguagem, a semiologia tem por objetivo qualquer sistema de signos (imagens, gestos, vestuários, ritos, etc.).
3Relativo a atemporal, em que não há tempo; fora do domínio do tempo.
4A linguagem utilizada para descrever outra linguagem ou qualquer sistema de significação: todo discurso acerca de uma língua, como as definições dos dicionários, as regras gramaticais, etc.
5Possui graduação em Engenharia Mecânica com habilitação em Controle e Automação pela Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 28ª edição, São Paulo; Editora Scipione, 1994, p. 150.
Declaração Lusofônica
A Tristeza da Letra Agá
Não tenho sentido
algum, não correspondo a nenhum som. Vivo de favores etimológicos: no início de
certas palavras, no fim de algumas interjeições ou em alguns dígrafos. Sou
apenas um símbolo; excluíram-me até do meu nome!
Juntar-me-ei ao “K”, ao “W” e ao “Y”, vou embora, para sempre! Pensando bem, não vai ser possível... elas voltaram para o alfabeto após a reforma da língua portuguesa. Que dificuldade.
E se eu fizer um protesto? Acho que não adianta, a fonética nem irá notar, eu não existo para ela.
Eu quero existir para as crianças, e que digam ao aprender: “A de avião!”, “B de bombom!” e “agá” de algo que não seja: homem, Helena... Elas podem existir sem mim.
Estou triste... Por favor, ajudem-me! Deem sentido à minha existência para que eu não sirva só de enfeite ou companhia para as palavras. Existir não é apenas ocupar um lugar no espaço, mas ter uma função.
Ah! Lembrei-me de um detalhe... Existe uma coisa que me deixa orgulhosa... é que a Bahia jamais seria a mesma sem agá.
Renato Luiz de Oliveira Ferreira
Obs.:
Obra registrada na Fundação da Biblioteca Nacional. A mesma pode ser divulgada
desde que seja mantida a autoria.