sábado, 3 de novembro de 2012

Autorretrato

A música foi o ponto de partida pra tudo que escrevo. Não consigo separar uma coisa da outra. Quando eu ouço uma boa música sinto inspiração para escrever.
Cresci ouvindo Luiz Gonzaga e outros grandes artistas da MPB. Recorria aos dicionários e as enciclopédias para entender as letras musicadas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Aldir Blanc, Chico Buarque, entre outros. A linguagem rebuscada confundia os fiscais da censura na época. Era preciso perspicácia para entendê-las. As obras foram aguçando o meu interesse pela leitura e pela escrita.
Comecei a tocar o violão para cantar as belas canções brasileiras. Depois ganhei um bandolim do meu irmão e comecei a tocar choro. Eu também estudei música num conservatório em Salvador, e em São Paulo estudei violão flamenco para melhorar a minha técnica no instrumento.
A minha inspiração para compor e tocar é o Brasil. Gosto de música brasileira, sou um ufanista em relação a minha pátria, e um simbolista ― gosto de encaixar a poesia na música e vice-versa.
Vivo dividido entre a música e a escrita. Às vezes paro um pouco com a música e começo a escrever poesias, contos, artigos, aforismos, etc. Não consigo ficar muito tempo sem ler, escrever, tocar...
A minha inspiração para escrever é a cidade de Alagoinhas-BA, a respeito do que vivenciei com a minha mãe, meus irmãos, tios, avós, amigos, mas também gosto dos temas filosóficos e do cotidiano.
Os meus professores de língua portuguesa foram os responsáveis por minha admiração pela gramática e literatura. Através deles conheci os gramáticos: Domingos Paschoal Cegalla, Napoleão Mendes de Almeida, Celso Cunha, Evanildo Bechara. Conheci os escritores: Machado de Assis, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Ariano Suassuna, Dias Gomes. Os poetas: Castro Alves, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Ferreira Gullar, Carlos Drummond de Andrade, Patativa do Assaré, entre outros.
As pesquisas que fazemos hoje na internet, onde digitamos uma palavra e encontramos várias informações, eu fazia através dos dicionários, das enciclopédias, ou ia a uma biblioteca.
A mudança na minha trajetória foi a entrada na escola do SENAI onde fiz cursos na área de mecânica. Lá tomei gosto também pela matemática, física... Daí nasceu o desejo de fazer engenharia.
Apesar de ser formado em mecatrônica, considero-me mais um engenheiro das palavras. Entre mim e elas há uma relação de carinho e respeito. Comento isso no texto “Declaração Lusofônica”.
Na faculdade comecei a ler mais a respeito de filosofia. Descobri que ela é o guia de todas as ciências mesmo não sendo ciência. É a busca pelo conhecimento que faz as transformações na humanidade.
Gosto de ampliar os meus conhecimentos filosóficos lendo os grandes nomes da área: Sócrates, Platão, Aristóteles, Nietzsche, Leibniz etc. Além dos brasileiros: Marilena Chauí, Renato Janine, Mario Sergio Cortella, entre outros grandes pensadores.
O meu filho comentou que tenho uma obra não divulgada, e que a mesma precisa sair do anonimato. Para isso, em 2011 ele criou este blog. Tem literatura e filosofia. Postei artigos, contos, aforismos, poesias, crônicas.
Espero levar conhecimento, reflexão e contribuição para a educação e cultura do nosso país. Fico feliz em saber que os meus textos estão circulando nas escolas brasileiras. Recentemente recebi informações de professores que estão divulgando o meu trabalho. Um dos meus textos também foi apresentado como trabalho universitário. Isso é maravilhoso para quem escreve. Ver a sua obra transformando a sociedade para melhor. Isso também é cidadania.
Para eu ter disponibilidade de estudar, escrever, tocar e conseguir tudo isso, é importante o apoio da minha família, principalmente os meus filhos: Leila, Renato, Luan e a minha mulher, Léia.
Sinto-me feliz em saber que os meus filhos gostam de cultura geral. Influência e herança dos pais.
Agradeço aos que leem os meus textos e dão incentivo e sugestões para eu continuar a escrever.
Vou continuar construindo a minha história respeitando o “Poder Transformador” de Deus em nossas vidas.
O poder transformador: não há como resistir às mudanças naturais das coisas. Se for o momento certo não há barreira que suporte, pois a força da transformação (do novo) é imbatível.
Renato Luiz de Oliveira Ferreira