Há séculos a ciência
tenta desvendar o mapa do comportamento humano, as suas influências,
o porquê das mudanças durante a vida e como formar uma geração
consciente com ações providenciais para a existência de um mundo
melhor. Desse modo, o indivíduo é soberano e compartilha as mesmas
características físicas do homo sapiens, mas não são idênticos
na sua personalidade, fazendo com que as diferenças venham a ser a
energia para mover o mundo para a evolução de sua espécie.
A ideia
antropocêntrica do Homem como centro do universo, onde usufrui de
autonomia do espírito, liberdade da razão e exercício da vontade,
é central na passagem do mundo medieval ao mundo moderno, cujo marco
foi a Revolução Francesa, que proclamou os princípios universais
de liberdade, igualdade e fraternidade. Apesar dessas importantes
conquistas, o que realmente emergiu e dominou o mundo foi a Revolução
Industrial com o acúmulo de riquezas. Todavia, a produção e a
disponibilização de bens socialmente produzidos não resultaram na
imediata possibilidade de acesso a ela por todos. Ao contrário, o
acesso à riqueza material é dependente das condições de
organização da sociedade onde vive, a partir da divisão menos
desigual do trabalho, da propriedade privada, do antagonismo de
classe para a evolução política e social.
Infelizmente, ao invés
da humanização, a tendência passou a ser de um consumo alienado e
paradoxal onde as organizações sociais são marcadas pela divisão
desigual do trabalho e pela propriedade privada, ao mesmo tempo onde
permitem a universalização das riquezas porque as disponibilizam,
limitam o acesso a elas em função do tipo de condições concretas
de existência onde se inserem os indivíduos. Neste caso, o consumo
adquiriu características próprias, passando a ser valorizado por
isso. Não vale mais a sabedoria, mas o que se tem. Pessoas são
avaliadas pela marca do carro, pela qualidade da roupa, pelos
diversos cartões de crédito e não mais pelo seu caráter e pela
sua educação, já colocada em segundo plano.
A sociedade
contemporânea foi dominada pela informatização do planeta.
Acabaram-se as fronteiras. Os bens de consumo existentes no mundo
estão acessíveis para todos com condições de comprá-los. Na
maioria das vezes, o homem não sente mais a necessidade de uma
companhia física, a virtual já lhe satisfaz. A facilidade de
comunicação deixa as pessoas informadas, mas ao mesmo tempo,
distantes. Essa individualidade esta criando uma sociedade fria e
insaciavelmente consumista, deixando morrer o prazer da vida ao lado
de alguém para abraçar, sentir o calor, conversar, olhar nos olhos
e falar do seu amor ao próximo.
O bom das diferenças
entre os indivíduos é a necessidade de muitos ainda viverem em
grupo e com uma vida comum — é a exceção à regra. Não se
entregam a um mundo só de riquezas. Essas pessoas sofrem com a falta
de alguém ao seu lado e não desistem nunca da felicidade e de um
meio formado de pessoas com a necessidade umas das outras para
continuar a espécie, buscando seus objetivos de realizar sonhos.
Metaforicamente,
ninguém é uma ilha. O mundo precisa de uma sociedade organizada,
onde todos vivam satisfatoriamente, possam ter oportunidades, e
aproveitá-las com benefícios e encargos distribuídos, direitos
respeitados, deveres assumidos com responsabilidades e limites na
medida correta.
Renato Luiz de
Oliveira Ferreira
Referências
Bibliográficas: SARAFIM, Helio Faustino; SGARIONI, Mariana; NARLOCH,
Leandro. A Individualidade Humana. 2009. Disponível em
http://pt.shvoong.com/social-sciences/sociology/1916525-individualidade-humana/>,
acesso em 28/08/2010.
PIRES, Sandra Regina
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2003 (Doutorado em Serviço Social – PUC-SP).
PIRES, Sandra Regina
de Abreu. A individualidade humana: ponderações acerca da concepção
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http://www.ssrevista.uel.br/c_v6n2_sandra.htm>, acesso em
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Individualismo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Individualismo>, acesso em
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa>, acesso
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